Tony Deivid tem 25 anos. Há dois anos ficou paraplégico depois de levar um tiro nas costas após uma discussão. Duas vezes por semana ele faz reabilitação no Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar), no Siqueira Campos. Para ir de casa, no loteamento São Sebastião, no bairro Santo Antônio, até o Siqueira Campos, ele usa uma das vans que fazem o serviço conhecido como Atende. O Atende é um serviço gratuito fornecido pelo Setransp para transportar pessoas com necessidades especiais.
Na última quarta-feira à tarde, ele se preparou para ir a mais uma sessão de fisioterapia. Disse que o carro quando chegou à porta da casa dele o motorista se recusou a levá-lo porque estava sem acompanhante. Segundo ele, essa é a segunda vez que perde a fisioterapia por não ter quem o acompanhe. A mulher dele trabalha e os três filhos ficam com uma parenta do casal. “Quero o direito de ir e vir para a minha fisioterapia sem burocracia. Pra quê o acompanhante?”, indagou. Mas, de acordo com o superintendente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Aracaju (Setransp), José Amâncio, essa é uma regra básica que precisa ser seguida por todos que utilizam o serviço.
“Peguei o único dinheiro que tinha, paguei um táxi e vim até aqui fazer esse protesto solitário para mostrar o meu desespero diante da falta de acessibilidade nessa cidade com calçadas cheias de buraco, rampas com acessos obstruídos, prédios e ônibus não adaptados. E ainda dizem que aqui é a cidade da qualidade de vida”, bradou. Ele disse ainda que três carros (que fazem o serviço Atende) são pouco para transportar a população com necessidades especiais de Aracaju.
Reclamou também dos ônibus adaptados. A frota de Aracaju tem 150 ônibus adaptados para cadeirantes. Segundo José Amâncio, os ônibus são novos e funcionam adequadamente.
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